Banda de Pífano nas festas tradicionais do Sagrado Coração de Jesus em Pariconha-AL

O Pífano, Pífaro ou Pife, é um instrumento de percussão e sopro, uma flauta transversal pequena com um aspecto tipo Flautim, porém de sonoridade intensiva. Esse instrumental é feito através de recursos encontrados em meio a mata, como taboca, taquara, bambu, atualmente são feitos também em outros materiais também, como pvc, metal. Conforme a história, esse instrumento já era utilizado na época dos primeiros cristãos, nos festejos natalinos, como forma de saudação em homenagem A Virgem Maria.

Essa atividade é tradicional, geralmente é passada de pai pra filho, como forma de manter a tradição e a cultura.

A concentração maior das bandas de Pífano se encontra no nordeste brasileiro, porém estas também se espalharam pelo país, por meio de sua apreciação e sua sonoridade.

Há uma discussão entre alguns historiadores de que o Pífano surgiu na Suíça, quando outros afirmam que este é um instrumento indígena, tendo suas raízes nordestinas. Portanto, seja de uma maneira ou de outra, é certo que este instrumento faz parte da nossa cultura nordestina, sendo muito importante sua preservação e valorização entre as gerações.

A Banda de Pífano que toca tradicionalmente nas Festas do Sagrado Coração de Jesus em Pariconha-AL, é uma tradição de muitos anos, passada através de gerações, que vem a cada ano e que alegra a nossa cidade, trazendo através de sua sonoridade e melodias o clima de festa e louvor Ao Sagrado Coração de Jesus.

A banda originou-se em um dos povoados da cidade de Pariconha, chamada Campinhos, porém atualmente, conforme os mais velhos foram morrendo, outros integrantes foram fazendo parte da banda, sendo atualmente alguns do povoado Campinhos e alguns componentes de outros povoados.

Desde a minha infância essa banda sempre me trouxe muita emoção, pois todos os dias das Novenas os tocadores de Pífano tocavam nos determinados horários, ao lado da Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, e sempre que eu ia a rua durante aqueles dias eu ouvia aquele som que me atraia com bastante devoção e amor ao Sagrado Coração de Jesus, eu sentia a emoção desses dias tão abençoados dos festejos em nossa cidade. À noite, no final da Santa Missa eles sempre entravam para tocar e fazer uma homenagem ao Sagrado Coração de Jesus, com bastante reverência, louvor e muito amor, por meio de uma sincronia com os sons e gestos de reverência ao Altar de Cristo.

Segundo relatos do senhor Edézio, homem de muita fé, morador do Povoado Campinhos, Pariconha-AL, conforme sua memória histórica, era a família de seu Antônio Quinca pioneira da banda de Pífano, conforme este alcançou, João Panta algumas vezes tocava, mais a zabumba e os pífanos era na casa de seu Antônio Quinca, é uma zabumba, uma caixa e dois pífanos, que o pessoal chamava de gaita, conforme a linguagem da época.

Mais ou menos entre os anos 60, o senhor Edézio presenciava tudo isso, sendo os tocadores muitas vezes convidados para tocar em outros lugares, além do povoado Campinhos. Geralmente pai e filhos tocavam, os tocadores que se recorda, conforme os relatos, eram Antônio Quinca e Zé Emídio, Ginu e Camilo, um era na zabumba, outro na caixa e dois nos pífanos, que justamente nessa época era gaita, não era como a linguagem de hoje. Por aqui eles eram bem conhecidos, depois surgiram outros tocadores mais foram derivados deles, eles só não tocavam mais longe por conta da falta de transporte nesse período. Zé de Chiquinha também tocava Pífano e João de Tervina, João ainda hoje toca zabumba.

Essa tradição em nossa cultura continua viva em meio ao nosso povo, sendo muito importante sua preservação e valorização entre as gerações, pois faz parte da nossa história, e da história dos nossos antepassados.